segunda-feira, 25 de agosto de 2025
A NOVA LOUCURA DO 'BANANINHA' É GERAR ALARMISMO PARA OS CLIENTES SACAREM EM MASSA OS DEPÓSITOS DOS BANCOS
domingo, 24 de agosto de 2025
TUDO NELES NOS REVIRA O ESTÔMAGO! MAS COM GENTE É DIFERENTE...
Depois de sair quase destruído dos porões da ditadura, fiquei pouquíssimo tempo com meus pais. Estava uma pilha de nervos. Queria de qualquer forma reagir ao achatamento de personalidade que sofrera. Precisava desabafar, mas como? Com quem? Nunca sentira tanto ódio me corroendo por dentro.
Aí, provavelmente por meu pai ter tentado me acalmar, reagi de uma maneira injusta: toquei várias vezes seguidas na vitrola a canção Sr. Cidadão, do TomZé.
Como se meu pai fosse um conservador; só que não era.
E como se eu não tivesse um enorme dever de gratidão pelo ano que ele passara indo a cada duas semanas me visitar na PE da Vila Militar, com seu velho fusca caindo aos pedaços, só por milagre não quebrando na serra das Araras (Via Dutra).
Ele ouvira a música quieto, mas algumas horas depois pediu para eu tocá-la de novo. Percebi que me excedera e disse para não levar aquilo a sério, tinha sido só coisa de momento.
Mas, adiante, até muito tempo depois, ele continuava pedindo para ouvir de novo o Tomzé. Deve ter-se tornado uma espécie de símbolo para ele. Da minha ingratidão? Provavelmente.
Mesmo assim, não passava as 24 horas do dia na comunidade, e foi a minha pior fase de loucuras. Como se procurasse o perigo, para sentir que ainda conseguia derrotá-lo.
E vinha utilizando o LSD que eventualmente conseguia obter para aclarar a minha mente (tinha até dúvidas sobre lembranças do DOI-Codi que não sabia se eram reais ou meros pesadelos), então corri reais riscos de ser preso de novo, como dependente químico.
Só que, de alguma forma, o inferno pelo qual passara me dotara de uma capacidade que antes não tinha de safar-me dos perigos. Era um kamikaze teimando em sobreviver. Até que numa viagem dessas, vi uma ponte à minha frente e sabia que, se a atravessasse, ficaria para sempre naquele limbo. Resolvi não o fazer. E nunca mais repeti esse tipo de viagem.
Passei a juntar os cacos da minha existência, até porque nesse exato período a comunidade implodiu e tive de buscar meu caminho sem a família e sem os velhos companheiros. Acabei alugando uma pequena quitinete com minha última namorada e arrumando um emprego em assessoria de imprensa. Decidira sobreviver, com a esperança de um dia lutar de novo.
E o relacionamento com meus pais voltou ao normal. Toda noite de sábado eu e minha namorada os visitávamos levando pizza e passávamos horas jogando buraco. Mais tarde, quando chegou a onda do VHS, tive a satisfação de conseguir para o velho vários filmes dos mocinhos de bang-bang que ele curtira quando jovem. Era coisa rara, difícil de encontrar.
Tinha o trauma de haver perdido o pai com 11 anos de idade, assassinado com um tiro nas costas por um subalterno a quem demitira (era mestre de uma tecelagem no RJ) Assim, da noite para o dia passou a levar vida de adulto, obrigado a trabalhar em período integral para botar o pão na mesa familiar. Parentes ajudaram a conseguir-lhe emprego com a idade que tinha, embora o mínimo legal fosse 14 anos.
A tragédia o tornou cauteloso, tinha receio de ser também assassinado e me legar o mesmo sacrifício. Então admirei-o intensamente ao tomar conhecimento do que se passara quando o DOI-Codi foi finalmente me procurar, em vão porque eu já estava fora de casa havia alguns meses.
Depois de revistarem tudo e não acharem nada (eu fizera uma limpeza em regra antes de sair), um oficial tentou convencê-lo a me recomendar a rendição, pois só assim eles poderiam me ajudar.
Ele, que passara a vida inteira mantendo-se longe de encrencas, daquela vez não se conteve: "E foi para ajudar o meu filho que vocês vieram aqui em plena madrugada e viraram minha casa de cabeça para baixo, exibindo toda essa artilharia?".
sexta-feira, 22 de agosto de 2025
O BRASIL INTEIRO ESTÁ SABENDO QUE O 'BANANINHA' MANDOU O PAI TOMAR CAJU. ENTÃO, O FILME DO DIA É "CRIA CUERVOS".
Até a etapa na vida dos dois personagens coincide, pois o bananinha parece ter agora exatamente a idade mental da menininha em tal momento do filme: nove anos.
quinta-feira, 21 de agosto de 2025
ULTRADIREITISTAS REIVINDICAM O DIREITO À PERNADA E QUEREM AS SUAS MULHERES USANDO CINTOS DE CASTIDADE
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Abusadas as mulheres eram, mas é discutível que amos desfrutassem suas súditas na noite de bodas |
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Os chaveiros torcem para esta moda voltar: ela os tornaria riquíssimos! |
AGORA QUE A ARGENTINA VIROU DESTINO DA FUGA DAS GALINHAS, A MÚSICA DO DIA NÃO PODERIA SER OUTRA: "CAMBALACHE".
Jair Bolsonaro tem tudo a ver com a distopia musical de Discépolo, daí haver sido exatamente a Argentina o país que escolheu para uma eventual fuga das galinhas depois que a Hungria ficou manjada para tal finalidade...
segunda-feira, 18 de agosto de 2025
NEYMAR CHORA PELO CLUBE QUE ELE ESTÁ SANGRANDO SEM A MÍNIMA COMPAIXÃO
Mesmo atuando como mandante, o Santos sofreu neste domingo, 17 de agosto de 2025, uma vexatória goleada: 6x0.
E o pior é que tal humilhação não lhe adveio de uma das equipes líderes da tabela, mas sim da fraquíssima representação do Vasco da Gama, 16ª colocada da série A do campeonato brasileiro e uma das quatro recordistas de quedas para a série B (quatro vezes cada!), com grande chance de terminar a atual temporada isolada como a pior das piores.
É o melancólico final da trajetória de glórias iniciada pelo Santos em 1955, quando conquistou o segundo campeonato paulista de sua história e, na sequência, passou a ganhar quase tudo que disputava no Brasil.
Depois, em 1962, foi a vez do planeta bola inteiro prostrar-se aos pés de Pelé e seus companheiros, principalmente por terem conquistado o Mundial de clubes destruindo o poderoso Benfica em pleno estádio da Luz, Lisboa, por sonoros 5x2!
Foram três gols do Pelé, um do Coutinho e um do Pepe, depois de já terem vencido o jogo de ida por 3x2 no Maracanã.
O substituto do Pelé, Almir, fez o jogo de sua vida. Estava, contudo, visivelmente alterado (naquele tempo não se controlava o doping), a ponto de, embora baixinho, atemorizar os zagueiros grandalhões italianos.
No desempate marcado para dois dias depois, novamente no Maracanã, o Santos venceu por 1x0.
Décadas adiante seu bi mundial foi anulado pelos cartolas da Fifa, porque se tratara apenas de uma disputa do campeão da Europa contra o campeão das Américas.
Só que as equipes dos outros continentes não passavam de sacos de pancadas. Então, eu e muitos comentaristas esportivos nos recusamos a aceitar tal revisionismo ridículo. Copa Intercontinental? Uma ova!
O apogeu do Santos durou durou até o final da década de 1960 e foi suficiente para a Fifa considerá-lo o melhor time do mundo no século passado.
Sua decadência se daria paralelamente ao próprio declínio econômico dos municípios do litoral sul paulista, que deixou de ser o destino preferido pelos turistas mais endinheirados à medida que o acesso ao litoral Norte por via rodoviária melhorou. Ubatuba tomou, então, o lugar do Guarujá.
De quebra, a corrupção corroeu o Santos por dentro, principalmente a partir da construção de um questionadíssimo balneário.
E, depois de sofrer em 2005, pelo placar de 7x1, a revanche do Corinthians (que tantas vezes goleara outrora e ao qual impusera um tabu de 11 anos sem ceder uma única vitória), chegou a vez de ser feito de gato e sapato por um clube tão decadente quanto ele próprio. O fundo do poço.
E não poderia ser outro que não Neymar o símbolo choramingas do novo vexame --, pois, mesmo semi-aposentado, ele conseguiu arrancar do Santos um contrato de valor estratosférico.
sábado, 16 de agosto de 2025
MACACO QUE MUITO PULA QUER CHUMBO: AS MICAGENS DO 'BANANINHA' FAZEM A DIREITA RECHAÇAR BOLSONARO.
É uma jogada que faz sentido, porque não há hipótese de o país vergar-se à chantagem do Donald Trump para salvar o Jair da condenação como golpista. No entanto, o que o palhaço ultradireitista dos EUA está conseguindo é apenas dar o tiro de misericórdia nas chances do bufão ultradireitista do Brasil.
Tarcísio faz média com o Jair porque não tem dúvidas quanto a ser ele uma carta fora do baralho, portanto inofensiva para seu objetivo maior. Daí a tentativa de seduzir o gado bolsonarista com tal frase de amoralismo explícito e oportunismo rasteiro.
Mas, expôs-se ao contra-ataque daqueles direitistas que ainda conservam a sanidade mental e sabem muito bem que o Brasil, acima de tudo, não aguenta mais governantes capazes de condenar ao extermínio centenas de milhares de seus governados apenas por pirraça contra a ciência (como fez o Jair ao sabotar a vacinação e induzir o uso de placebos fatais durante a epidemia de covid 19).
"O antipetismo viabilizou a ascensão de Bolsonaro, e o antibolsonarismo viabilizou o retorno de Lula, mantendo o País cativo de um ciclo infernal de ressentimento, radicalização e estagnação. Rompê-lo é condição para avançar".De resto, será hilário se a atuação repulsiva de Eduardo Bolsonaro junto ao governo estadunidense for punida com uma consequência diametralmente oposta à pretendida. O que, entretanto, jamais deverá servir de desculpa para a Câmara Federal não cassar seu mandato e para a Procuradoria Geral da República não denunciá-lo por traição à pátria. (por Celso Lungaretti)
sexta-feira, 15 de agosto de 2025
O CORDÃO DOS PUXA-SACO (DO DONALD TRUMP) CADA VEZ AUMENTA MAIS...
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Caiado, 1989, líder de jagunços na guerra do Pontal |
Tal regime de sujeição voluntária aos invasores alemães transformou em leis francesas as exigências de Hitler. Foi o caso do envio dos judeus aos campos de concentração e extermínio nazistas, num plano antissemita de genocídio.
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O bananinha diz que aceita a missão de ser presidente. Resta saber de qual país, Brasil ou Estados Unidos? |
quarta-feira, 13 de agosto de 2025
DANDO COMO ASSEGURADA A PRISÃO DO BOLSONARO, JORNALÕES REPENSAM AS SUAS LINHAS DE ATUAÇÃO A PARTIR DAÍ
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Manifestação na porta da Folha contra o editorial que qualificou de comedida a ditadura militar brasileira |
Resta saber até onde vai a alteração de rumo, por enquanto mais acentuada na Folha.
Se será apenas uma reação à retomada de algumas velhas palavras de ordem populistas do século passado por parte do PT (voltou a falar no abismo entre pobres e ricos, sem, contudo reassumir a luta de classes e a obrigatoriedade de superação do capitalismo) ou há algo de mais podre ainda no balaio. Fico com a primeira hipótese.
O Estadão é quem mantém a posição mais firme quanto ao golpismo: é totalmente avesso ao bolsonarismo e favorável à rigorosa punição da ralé estridente que lambe os sapatos de bilionários dos EUA. Critica algumas medidas de Moraes e do Supremo que considera excessivas, mas sem absolver os piores culpados pela insegurança institucional. Já no Governo Lula voltou a bater pesado, após um período em que pareceu poupá-lo para não favorecer a extrema-direita
Ziguezagues mais ou menos acentuados marcam toda a trajetória desses dos jornalões.
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Nos terríveis anos Médici, o Estadão preenchia com trechos de poesias o espaço das notícias censuradas |
Ninguém esquece a frase de um dos Mesquitas, após ordenar à equipe de segurança que impedisse a entrada da repressão no saudoso prédio da rua Major Quedinho para prender um profissional da casa: "Ele pode ser subversivo lá fora, mas aqui dentro é meu jornalista".
Dizimados os efetivos da luta armada, Ernesto Geisel assumiu o poder em março/1974 e começou a implementar sua abertura lenta, gradual e progressiva, desmantelando aos poucos a engrenagem de terrorismo de estado que se tornara dispensável.
Foi quando Golbery do Couto e Silva, eminência parda do governo que se iniciava, cochichou ao Otávio Frias pai: como Geisel, qual um déspota esclarecido, pretendia flexibilizar aos poucos a censura até extingui-la, convinha à Folha assumir uma postura mais crítica, não deixando O Estado de S. Paulo ocupar sozinho o espaço, que se abriria, de oposição jornalística (consentida) ao regime.
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A Folha saudando a marcha da família próspera, com Asmodeus, pela supressão da liberdade... |
Perspicazes, os Frias perceberam que, surfando nessa onda, poderiam não só limpar sua barra pelo colaboracionismo anterior, como tornar a Folha um jornal atraente para a classe média cada vez mais insatisfeita com o regime militar. Um ovo de Colombo que lhe garantiria, a médio prazo, a liderança do mercado brasileiro.
Deram carta branca para o trotskista Cláudio Abramo, diretor de redação, recrutar alguns dos maiores talentos do jornalismo brasileiro, oferecendo-lhes um porto seguro numa época em que tantos veículos temiam acolhê-los ou impunham-lhes restrições castradoras.
Então, os textos da Folha passaram a ostentar assinaturas vistosas como as de Alberto Dines, Gerardo Mello Mourão, Glauber Rocha, João Batista Natali, Lourenço Diaféria, Luiz Alberto Bahia, Newton Rodrigues, Osvaldo Peralva, Paulo Francis, Perseu Abramo, Plínio Marcos, Tarso de Castro, etc., todos escolhendo seus assuntos sem restrições editoriais (apenas não podiam ir além do que a ditadura conseguia digerir) e desfrutando de espaços generosos.
Além disto, formou uma valorosa equipe de repórteres especiais, com destaque para Ricardo Kotscho, passando a desenvolver um apreciável jornalismo investigativo.
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Manchete hilária: o Estadão acreditava que o poder seria saneado e logo devolvido aos civis. |
Surpreendentemente, Casoy foi até mais comedido em suas devoções direitistas do que o patrãozinho Otávio Frias Filho, que resolveu assenhorar-se do brinquedo em 1984 e se revelaria de corpo inteiro em fevereiro de 2009, no famoso editorial da ditabranda, quando a Folha grotescamente tentou provar que Sérgio Fleury e Brilhante Ustra exterminavam esquerdistas sem perder a ternura jamais...
Não lhe nego o mérito de haver engajado a Folha na campanha das diretas-já, mas se tratava de uma decisão obrigatória, já que os leitores do jornal eram maciçamente pelo fim da regime.
Enfim, as preferências dos jornalões e do grande empresariado mudam com frequência e, no momento, os dois jornais devem estar considerando que a derrocada do bolsonarismo seja fato consumado (até o centrão já começa a descer do muro, sinalizando que não quer de volta os altamente tóxicos macaquinhos amestrados do Trump).
Não são demonstrações de força, mas sim meros blefes e cortinas de fumaça que antecedem a queda. (por Celso Lungaretti)